Carreiras "apanhado" em guerra de hoteleiros

Por Redação CASCAIS24

01.11.2016
Depois de, há dois anos, ter criticado a implementação da taxa turística em Lisboa, embora salvaguardasse que, à época, a questão estava fora de causa para Cascais, Carlos Carreiras vê-se agora confrontado com uma polémica e controversa proposta da Associação de Turismo de Cascais (ATC), que defende, também, a criação de uma taxa turística de 1,50 euros no concelho.

Carreiras fez, entretanto, saber, através da agência oficial portuguesa de noticias Lusa - canal de informação escolhido por excelência pelo autarca para divulgação de noticias do concelho que administra - que deverá tomar uma decisão até final do mês de novembro.

A promessa foi feita à Lusa no final de mais uma reunião do executivo, durante a qual foi aprovado, pela maioria que governa o concelho, com votos contra do PS e CDU e abstenção do SerCascais, o Orçamento para 2017, no montante de mais de 196 milhões de euros.

A criação da taxa turística foi aprovada com 70 por cento dos votos pelos hoteleiros reunidos em assembleia geral extraordinária da Associação de Turismo de Cascais, na qual  muitos parecem não se reverem... Pelo menos, sete unidades hoteleiras votaram contra.

A Associação de Diretores de Hotéis de Portugal e uma outra associação que congrega hoteleiros da Costa do Estoril manifestaram-se contra esta taxa sobre dormidas no concelho. Há mesmo alguns membros, que integram estas associações, que estão dispostos a abandonar a Associação de Turismo de Cascais, da qual também fazem parte.

Apanhado nesta guerra entre hoteleiros, Carlos Carreiras aguarda, agora, antes de tomar uma decisão final, uma nova assembleia extraordinária da Associação de Turismo de Cascais, na qual a polémica criação ou não da taxa turística constitui o "menu" principal.

Em novembro de 2014, Carlos Carreiras criticou as duas taxas turísticas - Aeroporto de Lisboa e dormidas - então propostas pelo presidente da Câmara de Lisboa, o agora Primeiro Ministro António Costa, considerando tratar-se, por um lado de uma medida do "tempo medieval" e, por outro "inconcebível".

“É inconcebível como um presidente de câmara decide intervir sobre câmaras vizinhas. Isso é algo que só existia no tempo medieval”, afirmou, então, Carlos Carreiras à agência oficial Lusa.

"A minha filha que mora no estrangeiro, quando vier a casa, vai ter de deixar um euro em Lisboa. Isso não cabe na cabeça de ninguém”, disse, ainda, à época, Carlos Carreiras, o autarca do concelho que regista grande atividade turística. Carreiras acusou ainda António Costa de se estar a “esconder atrás do (então) vice-presidente Fernando Medina” e recomendou ao executivo da capital que “se meta na sua vida”. “Eles que façam a gestão da casa deles e não se metam na gestão dos outros concelhos”, acrescentou.

O então  presidente da Câmara de Lisboa, António Costa tinha anunciado durante a apresentação do orçamento municipal para 2015, que seria "cobrada uma taxa de um euro pelas chegadas ao aeroporto e ao porto de Lisboa em 2015 e, a partir de 2016, uma taxa do mesmo valor sobre as dormidas".

Pinto Luz explica


Na sequência da polémica taxa turística, o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz também veio a terreiro explicar a alguma comunicação social que a decisão da Associação de Turismo de Cascais foi tomada com 70% dos votos e sublinhou que a medida resulta da redução das verbas resultantes da taxa de jogo do Casino Estoril.

"Já nos foi comunicado que as taxas de jogo vão ser reduzidas em 1,3 milhões de euros para o ano. Ao longo dos últimos dez anos temos cortado em eventos, mas agora não podemos mais. Temos de arranjar forma de financiar a promoção turística. Se for com a taxa, será, mas vamos procurar o consenso possível", afirmou Miguel Pinto Luz.



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