Ex-comandante da Polícia Municipal suspeito de 18 crimes de abuso de poder e falsificação

Por Cascais24

12.07.2016


Carlos Coelho, capitão da GNR e ex-comandante da Polícia Municipal de Cascais foi acusado pelo Ministério Público (MP) de nove crimes de abuso de poder e outros nove de falsificação de documentos.

Segundo avança o “Correio da Manhã”, dois outros ex-responsáveis pelo departamento de Polícia Municipal de Cascais, um dos quais sargento-chefe, também da GNR, estão acusados de abuso de poder e peculato.

O sargento-chefe Paulo Sousa, segundo, ainda, a noticia do “Correio da Manhã”, estava colocado no Gabinete Técnico da Polícia Municipal e está acusado de peculato de uso, por "utilizar os automóveis e funcionários camarários para satisfação dos seus interesses", nomeadamente ordenar-lhes que transportassem a filha.

Segundo a acusação, estão em causa factos relacionados com os carros de serviço que foram atribuídos aos três arguidos, entre 2013 e 2015.

Por várias vezes, foram detetados pelas autoridades a circular em vias destinadas a transportes públicos ou em excesso de velocidade e, após a câmara ser notificada, alegavam sempre que estavam em missão de polícia, num serviço de caráter pessoal ou em marcha de urgência, o que não era verdade.

Carlos Coelho, capitão da GNR e ex-comandante da Polícia Municipal, é o arguido acusado do maior número de crimes: nove de abuso de poder e nove de falsificação de documento.

É provável, no entanto, que os três ex-responsáveis pela Polícia Municipal de Cascais venham a pedir a respetiva instrução, tendo para o efeito um prazo de 20 dias para o fazer, por forma a fazerem prevalecer os seus argumentos e procurarem não chegar a julgamento.

O capitão Carlos Coelho, recorde-se, foi julgado noutro processo, mas ilibado das acusações. Em 2006, Carlos Coelho, então tenente, denunciou um caso de corrupção na Escola Prática da Guarda, em Queluz, vindo ele próprio, mais tarde, a ser julgado e absolvido por crimes de peculato, por alegados desvios de equipamento nos serviços sociais da GNR.

Já em comissão de serviço como comandante da Polícia Municipal de Cascais, cargo em que sucedeu ao Intendente da PSP Domingos Antunes, Carlos Coelho não teve uma passagem pacífica pelo departamento.

Em 2014 foi suspeito de acesso ilegítimo a meios informáticos no departamento da Polícia Municipal. O alegado caso de “espionagem” foi investigado pelo Ministério Público, que arquivou o inquérito, e os próprios serviços jurídicos da Câmara Municipal também não terão encontrado razões para sancionar o comandante.

Em reunião do executivo de 28 de dezembro daquele ano, confrontado com as acusações pelo vereador da CDU Clemente Alves, o próprio presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, reafirmou a sua “confiança” em Carlos Coelho que, entretanto, terminou a comissão de serviço na Polícia Municipal e regressou à GNR, sendo substituído no cargo por um comissário da PSP.

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