PJ CONFISCA EM CASCAIS "PAPÉIS IMPORTANTES" PARA INVESTIGAÇÃO AOS ESTALEIROS DE VIANA DO CASTELO

Por Cascais24

01.05.2016
Cascais volta a estar na rota da brigada Anticorrupção da Polícia Judiciária (PJ) e da Justiça portuguesa.

Desta feita, o alvo foi a residência de Jorge Camões, o último presidente do conselho de administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

Na última sexta-feira, no âmbito da operação Atlantis, que investiga alegados crimes de corrupção e administração danosa, os inspetores da PJ fizeram buscas à casa do ex-presidente dos estaleiros minhotos.

Vasta documentação financeira, "extremamente importante para o desenrolar do inquérito", foi confiscada na casa do antigo gestor que, até ao momento, não foi constituído arguido.

A Operação Atlantis foi lançada por 30 inspetores da brigada anticorrupção da PJ, cinco magistrados do Ministério Público e quatro juízes e visaram, ainda, os dois gabinetes dos ENVC, empresa que continua por extinguir, a sua tutela, o Ministério da Defesa (que confirmou as buscas), e a Empordef, S.A., a holding do Estado tutelada por aquele ministério e pelas Finanças.

Para além de Cascais, os inspetores fizeram também buscas no Porto, em Lisboa, Aveiro — onde a Martifer tem escritórios — e em Torres Vedras.

Segundo o jornal Público, o Ministério Público e a Polícia Judiciária suspeitam que a subconcessão dos estaleiros no final de 2013, ao grupo português Martifer, terá envolvido crimes de corrupção. A administração dos ENVC, uma empresa pública, adjudicou então a subconcessão dos terrenos e infra-estruturas até 2031 ao grupo que detém igualmente os estaleiros navais Navalria, em Aveiro.

Ainda segundo avança, em pormenor, o jornal Público, foi uma queixa-crime apresentada à Procuradoria-Geral da República (PGR) pela eurodeputada socialista Ana Gomes e pela comissão de trabalhadores dos estaleiros de Viana que levou à abertura da investigação no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

O DCIAP e os inspectores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção investigam o caso deste 2014 e nesse inquérito estão também em causa alegados “crimes de administração danosa e “participação económica em negócio no âmbito da gestão de estaleiros navais situados no Norte do país”, sublinham, por sua vez, a PJ e a PGR em comunicado.



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