Por Cascais24
07.07.2016
07.07.2016
"Nunca poderia assumir uma coisa que não fiz. Estaria lá dentro até que me obrigassem. Não compro a liberdade com uma mentira. A liberdade só se pode construir com a verdade", afirmou, esta quinta-feira, à tarde, ao ser libertado da cadeia da Carregueira, o antigo apresentador e produtor de televisão Carlos Cruz, condenado no âmbito do mediático e célebre nos anais da justiça portuguesa "Processo Casa Pia".
Carlos Cruz, 74 anos, forçado a vender todos os seus bens, incluindo o ímóvel que possuía no concelho de Cascais, passará os próximos dias no apartamento que a filha, Marta Cruz, possui na região do Estoril, confirmou, a Cascais24, fonte próxima do ex "Senhor Televisão".
Ao deixar a Carregueira, Carlos Cruz afirmou mesmo que as
primeiras horas da liberdade condicional serão passadas com a família e a
"torcer" pela França frente à Alemanha, no jogo das meias-finais do
Europeu de futebol.
Carlos Cruz congratulou-se com a "decisão
acertada" do Tribunal da Relação de Lisboa, que lhe concedeu a liberdade
condicional.
Quanto
ao processo Casa Pia, que o condenou a seis anos de prisão por abusos
sexuais de menores, e ao facto de nunca ter admitido a culpa, voltou a reafirmar de que "nunca poderia assumir uma coisa que não fez", assegurando: "Estaria lá dentro até que me obrigassem".
À
saída do Estabelecimento Prisional da Carregueira, no concelho de Sintra, garantiu que
está "completamente" preparado para um novo julgamento, uma vez que não
tem qualquer dúvida, nem medo".
"Quando
se tem razão, quando se está inocente a força é enorme, não há obstáculo
não há nada. Eu estive aqui mil e seiscentos e tal dias, e todos os
dias eu acordava e adormecia inocente e isso dá-nos uma força que o
conceito de tempo deixa de ser um conceito material, para ser um
conceito abstrato, e nós vamos vivendo sempre na esperança que a verdade
venha ao de cima e um dia virá", disseCarlos Cruz, citado pela agência Lusa.
Referindo-se às alegadas vítimas da Casa Pia, Carlos Cruz disse ainda que não tem curiosidade em
saber como estão, sublinhando que "é um problema da consciência deles".
"Eles
sabem que não me conhecem e que nunca estiveram comigo, que estou
inocente. Falar com eles para lhes pergunta o quê?", questionou Carlos Cruz.
Carlos
Cruz, que completou dois terços da pena de seis anos de prisão a que
foi condenado, venceu um recurso apresentado no Tribunal da Relação de Lisboa,
contra a decisão do Tribunal de Execução de Penas (TEP), que, em março último,
recusara um pedido de liberdade condicional.
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